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terça-feira, 21 de junho de 2016

ATO PÚLICO NA UFMA REPUDIA A FUSÃO DE MINISTÉRIOS NO GOVERNO MICHEL TEMER


A comunidade universitária e militantes dos movimentos sociais realizam nesta quarta-feira, na UFMA, um ato público em protesto à unificação dos ministérios das Comunicações e Ciência e Tecnologia.

Veja abaixo o manifesto:

Em defesa da Ciência e da Nação

- Manifesto contra a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação -

Em 1985 nascia, como um dos melhores frutos do processo de redemocratização do país, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (então MCT, hoje MCTI). Nestas mais de três décadas de existência, o órgão prestou incontáveis serviços ao desenvolvimento nacional, contribuindo decisivamente para a formação de recursos humanos de alto nível, a construção e modernização das infraestruturas de pesquisa, o combate às desigualdades regionais e o reposicionamento do país em áreas de fronteira e estratégicas.

Ao longo desses anos o MCTI enfrentou enormes desafios, entre eles o da própria manutenção da existência do Ministério, em face das reiteradas tentativas de extingui-lo ou desfigurá-lo. Hoje, intelectuais, pesquisadores, comunidade acadêmica e, mais amplamente, o povo brasileiro são chamados a lutar contra uma nova tentativa de desmanche, que toma a forma da fusão entre MCTI e Ministério das Comunicações. A medida foi adotada sem qualquer diálogo ou consulta à comunidade científica e acadêmica, e recebe uma avalanche de críticas.

As justificativas apresentadas pelo governo interino – redução de gastos e proximidade entre as áreas de C,T&I e Comunicações – provaram-se extremamente frágeis. Segundo matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo (15/05/16), a economia alcançada com a fusão dos ministérios é apenas “simbólica”. No entanto, como a provar que muitas vezes “o barato sai caro”, o prejuízo ao desenvolvimento científico-tecnológico do país é nítido, e revela-se desde logo na perda de visibilidade e no rebaixamento do status político da área. Também a suposta “proximidade” entre os ministérios da C,T&I e das comunicações não é bom argumento. É preciso lembrar que o segundo órgão possui atribuições de fiscalização, regulação e controle que em nada se coadunam à centralidade assumida pelas ações de fomento em um órgão como o MCTI.

A fusão dos ministérios e o corte de investimentos são erros graves quando se trata de enfrentar a grave crise econômica que se abate sobre nosso país e o mundo. A medida coloca-se na contramão do que têm feito as principais nações do Planeta. Estados Unidos, China, Índia, Alemanha e França, dentre outros, multiplicam investimentos em C,T&I como forma de enfrentar a crise, pois sabem que impulsionar o conhecimento e a inovação é a melhor maneira de gerar renda e riqueza, promover eficiência na utilização de recursos e alcançar políticas sociais e ambientais mais justas e eficazes. Acrescente-se que – diferentemente do que parece pensar o governo interino – o MCTI não é uma estrutura de governo, mera repartição a serviço dos governantes de plantão. Trata-se, ao contrário, de um órgão de Estado.

Diante da ameaça de retrocesso que se apresenta no setor, professores, pesquisadores, funcionários técnico-administrativos e estudantes da Universidade Federal do Maranhão somam-se às dezenas de manifestações e atos públicos que ocorrem em universidades e centros de pesquisa de todo o país. 

Exigimos:

A volta do MCTI ao status de ministério autônomo;

O respeito ao pacto firmado com a Constituição de 1988, com a manutenção da política de Estado desenvolvida ao longo dos últimos 30 anos;

Mais recursos ao desenvolvimento científico, tecnológico e inovação;

Fortalecimento do Sistema Nacional de C,T& I;

#Fica MCTI!

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