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sexta-feira, 29 de abril de 2016

CRIADO O FÓRUM PERMANENTE DO PATRIMÔNIO CULTURAL DO MARANHÃO

Conjunto arquitetônico é um fator relevante ao patrimônio cultural de São Luís

Foi realizada nessa sexta-feira (29), no Convento das Mercês, durante o encontro mensal da Rede de Educadores em Museus (REM-MA), a apresentação do projeto “Fórum Permanente do Patrimônio Cultural”, iniciativa que pretende realizar, de forma permanente, seminários sobre o patrimônio cultural (material e imaterial) do Maranhão através de encontros com especialistas no assunto (historiadores, arquitetos, folcloristas, gestores públicos, museólogos, pesquisadores, cientistas sociais, antropólogos, arqueólogos, dentre outros profissionais ligados ao setor, bem como a comunidade em geral), que abordarão os mais diversos segmentos ligados ao tema em questão.

A ideia partiu do escritor, jornalista e pesquisador, mestre em Ciências Sociais, Paulo Melo Sousa, atual Diretor do Centro Cultural Convento das Mercês. As palestras e bate-papos serão gratuitos e contarão, além dos conferencistas, com a presença de interessados no assunto, técnicos, professores e alunos, além da comunidade em geral.

O Patrimônio Cultural engloba o conjunto de todos os bens, manifestações populares, tradições, cultos, monumentos arquitetônicos, culinária, dentre outras manifestações, tanto materiais quanto imateriais. Em razão de sua ancestralidade e relevância histórica e cultural, adquirem um valor único e permanente, o que exige a sua devida salvaguarda, visando garantir a sua continuidade, divulgação e preservação para as gerações presentes e futuras, colaborando, dessa forma, com a ideia de pertencimento e de identidade. O patrimônio é nossa herança legada pelo passado e o que construímos hoje, cabendo a todos nós preservar, transmitir e deixar todo esse legado às gerações vindouras. 

São Luís foi elevada à categoria de Patrimônio Cultural da Humanidade em 1997, reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO como repositória de um legado histórico que a coloca no mesmo patamar de lugares como o Centro Histórico de Roma, por exemplo. No entanto, a população de São Luís ainda não entendeu a importância desse título, e a cidade amarga o abandono de muitos de seus logradouros públicos, permeados de história, muitas das vezes com o descaso das autoridades. É necessário se discutir esse tema de importância vital para a nossa cultura, e apontar soluções possíveis para os problemas que afetam o patrimônio cultural do Maranhão.

Antenados com as recomendações firmadas em inúmeros encontros globais sobre patrimônio, dos quais o Brasil é signatário, cabe lembrar a Carta Internacional sobre Conservação e Restauração de Monumentos e Sítios, mais conhecida como Carta de Veneza (maio de 1964), na qual se lê, textualmente: “Portadores da mensagem espiritual do passado, as obras monumentais de cada povo perduram no presente como o testemunho vivo de suas tradições seculares. A humanidade, cada vez mais consciente da unidade dos valores humanos, as considera um patrimônio comum e, perante as gerações futuras, se reconhece solidariamente responsável por preservá-las, impondo a si mesma o dever de transmiti-las na plenitude de sua autenticidade”. Por sua vez, em 1989, a UNESCO firmou a “Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular”, instrumento legal que favorece a identificação, preservação e continuidade do patrimônio cultural imaterial, bem como sua disseminação.

Dessa forma, o “Fórum Permanente do Patrimônio Cultural” pretende estabelecer um debate contínuo sobre o tema em questão, apontando possíveis soluções para problemas ou entraves que porventura venham atrapalhar a necessária salvaguarda desse patrimônio.

Os encontros serão realizados às quintas-feiras, quinzenalmente, no horário das 15h às 17 h, no Auditório Casa do Poeta Nauro Machado (Convento das Mercês). Todas as palestras do Fórum Permanente do Patrimônio Cultural são gratuitas e abertas à comunidade.

Cada palestrante se comprometerá em produzir um texto sobre o tema abordado, de no mínimo 3 (três) e, no máximo 5 (cinco) laudas (Times 12, espaçamento 1,5), para futura publicação em livro, que reunirá o conjunto das palestras proferidas. O fórum pretende não apenas suscitar debates, mas iluminar cada tema a ser abordado, no sentido de que cada palestrante, em conjunto com os participantes, aponte soluções para os possíveis problemas relacionados ao patrimônio cultural. O evento será fotografado e filmado, com a intenção de se produzir futuros documentários.

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