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domingo, 6 de setembro de 2015

SÃO LUÍS 403 ANOS: O PRESENTE DA LEI DE ZONEAMENTO

Estacionamento de carros no coração do Centro Histórico demonstram o descompasso na cidade
A Prefeitura de São Luís, através do Instituto da Cidade, fez até agora 14 (do total de 15) audiências públicas para apresentar a proposta de revisão da Lei de Zoneamento, Uso e Parcelamento do Solo Urbano, o principal regulamento do Plano Diretor.

As audiências apenas cumprem uma formalidade. A população sequer tomou conhecimento de que a Lei de Zoneamento é a peça mais importante de disciplinamento do "chão", dos mangues, dunas, águas e margens dos rios da cidade.

Os vereadores também não mobilizaram suas bases para participar das audiências. Estão apenas aguardando a Prefeitura enviar o pacote à Câmara, onde a proposta de revisão será aprovada.

CIDADE PORTUÁRIA E INDUSTRIAL

No geral, as audiências foram conduzidas para atender aos interesses de duas corporações: o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) e a Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema).

O Sinduscon será beneficiado com o aumento do gabarito (número de andares) dos novos empreendimentos imobiliários que serão construídos na cidade, a maioria sem qualquer preocupação com o meio ambiente, a mobilidade urbana ou o saneamento.

A Fiema está interessada em aniquilar a Zona Rural e transformar tudo em Zona Industrial, principalmente nas proximidades do Porto do Itaqui.

A convergência desses dois interesses vai transformar São Luís em uma cidade portuária e industrial, daí o grande interesse da Fiema nos territórios das comunidades tradicionais instaladas há décadas no entorno do Porto do Itaqui.

Trata-se de uma área cobiçada para a construção de portos privados e a atração de mais indústrias poluentes para dentro da Ilha de São Luís, onde a emissão de substâncias tóxicas já é alta.

Pode anotar: a cidade ficará mais quente e o ar com altos índices de toxidade.

SANTO DE CASA

Enquanto a Lei de Zoneamento era revisada sem o conhecimento da população, a Prefeitura desencadeou grandes operações de asfaltamento, capina dos canteiros e pintura de cal nos meios-fios - a velha fórmula da reeleição.

Em parceria com o governo Flávio Dino (PCdoB), o prefeito Edivaldo Holanda Jr (PDT) tentará renovar o mandato com asfalto e as intervenções nos canteiros da cidade, anunciadas como grandes obras de mobilidade urbana tocadas pelo eterno secretário de Trânsito e Transporte Canindé Barros.

O encaminhamento da Lei de Zoneamento para atender aos interesses imobiliários e industriais está na contramão de outras perspectivas e potenciais da cidade, como o turismo, por exemplo.

É isso que justifica o desprezo pelo Centro Histórico, a começar pelas próprias autoridades policiais, que transformaram a recém-inaugurada praça Nauro Machado em estacionamento.

Essa é a principal imagem dos contrastes da cidade.

3 comentários:

Divina disse...

Será q as pessoas não vêem ou não entendem oq tudo isso pode acarretar p nossa cidade? Já passou da hora dos Ludovicenses acordarem e começarem a brigar p sua cidade...os NOSSOS RWPRWSENTANTES estão ali p trabalhar pelos NOSSOS DIREITOS ...NÃO OS DELES...o questão é q em grande maioria eles tem interesses pessoais nisso tudo...Há anos q venho dizendo ...Pq uma cidade tão rica em biodiversidade natural e cultural vive esquecida pelos turistas....Pq os grandes empresários nso investe no turismo? Tenho certeza absoluta q o teríamos um fluxo muitoooo melhor...Porém só invés disso fazem essas leis e diretrizes q só prejudicam o povo...TÁ NA HORA DE ACORDAR MEU POVO...HORA DE IR P AS RUAS E DIZER NÃO QUEREMOS ESSA DIRETRIZ Q AÍ DEIXAR NOSSA CIDADE PIOR Q HÁ ESTÁ. ..MAIS QUENTE Q UMA FORNALHA...Porém para os desavisados somos uma ilha e c tal os ventos vem do mar p a cidade....

Kelé disse...

Muito pertinente sua matéria e se for na Deodoro a própria Blitz Urbana estaciona na praça.

Anônimo disse...

FEITOSA LIMA - EM TODOS OS GOVERNOS MUNICIPAIS A TÔNICA DESTE ASSUNTO SEMPRE FOI MOTIVADO POR INTERESSES PRÓPRIOS E QUE CONVERGEM EM CONFLITOS GENERALIZADOS UMA VEZ QUE A PREFEITURA NUNCA FAZ VALER O CÓDIGO DE POSTURA QUE DIZ QUE NÃO PODE HAVER INTERESSES CONFLITANTES, E EM HAVENDO PREVALECERIA O INTERESSE SOCIAL, O QUE NUNCA ACONTECE. EU MESMO SOU VITIMA DESTA SITUAÇÃO.