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segunda-feira, 16 de março de 2015

MAIS POLÍTICA E MENOS AFETO

Afetos da campanha eleitoral de 2014 tomam conta das ruas em 2015
A maior conquista do Brasil nos últimos 30 anos foi a consolidação do direito ao contraditório.

Todo brasileiro tem a garantia da livre manifestação, sem ser reprimido, preso, torturado ou morto.

A realização de protestos pacíficos é saudável e faz parte do jogo democrático.

Os inimigos de Dilma Roussef só estão se manifestando porque muitos aliados da presidente lutaram pela liberdade e alguns até morreram.

No cenário ideal, cabe à oposição fiscalizar e cobrar o desempenho do governo, bem como mobilizar a população para reivindicar a melhor política possível.

Quando era oposição, o PT cumpriu bem esse papel.

No governo, está sabendo reconhecer os protestos pacíficos no contexto da democracia.

Até ai, nada demais. Até porque o PT está encurralado.

O estranhamento ocorre quando a pauta dos protestos mira no ódio, esquece a política e atropela a racionalidade.

A grande maioria dos manifestantes vai às ruas para derrubar a presidente do PT que, reeleita, adotou a política econômica do PSDB e escolheu um ministro tucano para conduzir a economia.

Algo está errado na cabeça dos manifestantes. Se votaram no PSDB, deveriam apoiar as medidas anunciadas por Dilma, que baixou um pacote à moda Aécio Neves.

Se houvesse racionalidade política nos protestos, os eleitores do PSDB deveriam apoiar Dilma, a mais tucana entre os petistas.

Infelizmente, a racionalidade foi trocada pelos afetos.

O teor das manifestações é carregado de ódio a Dilma e ao PT, pouco importando se o governo e o partido executam as políticas neoliberais nativas dos tucanos.

Está em curso, no Brasil, um processo perigoso de despolitização da política.

As grandes narrativas de cunho ideológico e as diferenças programáticas entre os partidos foram trocadas pelos afetos.

O estandarte do ódio está acima de todas as coisas.

Eleitores tucanos, apenas por serem desafetos de Dilma, contestam a presidente que adotou as medidas preferidas de Aécio.

O Brasil precisa retomar a organicidade dos partidos, cada dia mais parecidos uns com os outros, sem distinções programáticas.

É necessário, sobretudo, extinguir as legendas de aluguel e fundir as siglas que se aproximam, pelo menos no papel, nos eixos programáticos.

Precisamos repolitizar a política no Brasil, com mais racionalidade e menos afeto. 

O ódio não muda nada.

Um comentário:

Cristina Alves disse...

Olá Wilson, poderia me passar um e-mail com o qual eu pudesse entrar em contato.
Estou a procura dos familiares do meu pai, que são dessa região. Infelizmente não obtivemos muito sucesso até o momento, mas gostaria de conseguir algumas informações sobre as cidades da região, rádios, emissoras de TV... e claro se puder divulgar em seu blog tbm...

Grata pela atenção
Cristina Alves
mariacristinaalvescaldas@gmail.com
tinaibt@hotmail.com