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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A ÚLTIMA CEIA DA OLIGARQUIA SARNEY

Em nome do pai e dos netos, o legado de Roseana entregue ao sucessor fiel Arnaldo Melo
A derradeira refeição de Jesus Cristo, antes de ser crucificado, é a melhor representação da renúncia da governadora Roseana Sarney (PMDB), em meio às turbulências da operação Lava Jato.

Temendo as ações da Polícia Federal, a governadora Roseana Sarney (PMDB) deixou o cargo hoje pela manhã, em cerimônia no Palácio dos Leões.

O poder executivo é assumido pelo presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo (PMDB), ex-candidato a vice-governador na chapa de Edinho Lobão (PMDB), filho do ministro Edison Lobão, figura relevante do coronelismo sarneísta.

A troca de comando reflete, mais uma vez, o compartilhamento dos interesses oligárquicos entre as famílias consorciadas no projeto de depredação do patrimônio público no Maranhão.

Roseana entrega o governo ao parceiro do senador Edinho Lobão na última tentativa de estender o domínio familiar por mais quatro anos, se ganhassem a eleição de 2014.

Derrotado nas urnas, Arnaldo Melo é compensado com 21 dias de governo, dos quais levará todos os privilégios do cargo, inclusive a aposentadoria com subsídio vitalício.

O novo governador é uma extensão dos interesses da velha oligarquia Sarney e já deixa uma herdeira no parlamento, a filha Nina Melo (PMDB), eleita deputada estadual.

A renúncia não nos tranquiliza. Pelo contrário, causa preocupação. Arnaldo Melo é o representante legal e o herdeiro legítimo da oligarquia Sarney, a quem serviu durante vida pública.

Faltando apenas 21 dias para o fim do governo, tudo pode acontecer: assinatura de novos contratos, calote de fornecedores, boicote generalizado na administração e dificuldade no fornecimento de informações ao futuro governo.

Arnaldo Melo é um fiel seguidor da oligarquia em decomposição e disse, durante entrevista no transcurso da sua posse, que vai dar continuidade ao governo Roseana Sarney.

É o começo do fim.

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