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domingo, 11 de agosto de 2013

“SEGURANÇAS” AMEAÇARAM ESTUDANTES DA UFMA QUE OCUPARAM A CÂMARA DE SÃO LUIS

“Depois que acabar essas manifestações vocês vão ver o que eu vou fazer com vocês!”

Essa frase, somada a outras provocações e intimidações, foi dita por um dos “seguranças” da Câmara Municipal de São Luís a um grupo de três estudantes da UFMA que almoçavam na feira da Praia Grande.

As ameaças ocorreram após a sessão plenária do dia 7 de agosto, que deveria ser o início de uma série de debates com participação popular no Legislativo Municipal.

Os “seguranças” primeiro agiram com violência dentro da Câmara, utilizando até spray de pimenta contra os manifestantes.

Acabado o conflito nas instalações do prédio, três universitários da UFMA que haviam participado de todo o processo de ocupação foram almoçar na feira da Praia Grande.

Ao sentarem em uma das barracas, foram “acompanhados” na mesa ao lado por cinco seguranças, um deles identificado como o que já havia agredido uma das ocupantes no enfrentamento da Câmara.

Enquanto esperavam o almoço, os estudantes foram sofrendo ameaças dos cinco homens, sempre utilizando expressões intimidatórias e ameaças quanto às futuras mobilizações dentro e fora da sede do Legislativo.

CÂMARA OPEROU A BALBÚRDIA

Estudantes, lideranças comunitárias, militantes partidários e ativistas independentes decidiram ocupar a Câmara após os protestos de junho e uma série de audiências com o prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC).

As reivindicações focavam principalmente medidas para melhorar a mobilidade urbana e o transporte público.

Sem solução da Prefeitura diante da pauta de reivindicações apresentada, os movimentos que fizeram os protestos de junho tomaram a Câmara durante uma semana para pressionar os vereadores.

O processo de desocupação foi negociado, mediante o compromisso da realização de uma sessão plenária dia 7 de agosto com a participação de 10 representantes dos movimentos de ocupação e a garantia de que o espaço da galeria fosse cedido aos movimentos de ocupação.

A pauta da sessão deveria abordar três pontos: mobilidade/transporte, regularização fundiária e transparência nas contas públicas.

Bem antes de começar a sessão, a própria direção da Câmara, sem interesse no debate, tratou de descumprir o acordo de acomodação dos ocupantes na galeria.

No dia 7 quase toda a galeria já estava tomada, desde cedo, por “militantes” sem vínculo com a ocupação, gerando protestos sobre a quebra de acordo entre os ocupantes e a direção da Câmara.

Sem interesse no debate, a direção da Casa mandou reprimir os manifestantes que pretendiam ocupar a galeria (já tomada pelos “militantes” possivelmente contratados pelos próprios vereadores).

Houve tumulto, os seguranças utilizaram spray de pimenta contra os manifestantes e os vereadores, previamente combinados, trataram de inviabilizar a sessão.

Como se não bastasse essa ópera bufa, os seguranças ainda foram à Praia Grande ameaçar os estudantes na hora do almoço.

Essa Câmara de São Luís, salvo raras exceções, é de dar vergonha.

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