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quarta-feira, 15 de junho de 2011

PAÇO DO LUMIAR É A MINIATURA DO MARANHÃO

Quem percorre as ruas e avenidas de Paço do Lumiar tem um perfeito recorte do Maranhão. Os bairros inteiros no abandono correspondem às cidades esquecidas no interior do estado, sem qualquer infra-estrutura.

As calçadas quebradas, o mato crescido, as crateras nas ruas e a feiura generalizada pintam o quadro da barbárie maranhense. Essa regra geral - a destruição - foi instituída no Palácio dos Leões e incorporada à cultura dos prefeitos maranhenses.

Se você ficar alguns minutos na rodoviária de Peritoró, por exemplo, terá a mesma sensação de estar em qualquer rua de Paço do Lumiar ou em um bairro de São Luís.

Os maus exemplos são seguidos à risca, salvo raras exceções, nesse Maranhão onde até o sol mente, como dizia o padre Antonio Vieira.

Não é só o estado físico -a destruição - de Paço do Lumiar que impressiona. A decadência é, antes, política. Bia Venâncio é daqueles tipos grotescos da política que parece ter emergido de um garimpo ou das cidades recônditas formadas à beira de atoleiros nos grotões do Brasil.

Nesses ambientes, marcados pela ausência da lei e da ordem, a força física e a corrupção administram o caos. Onde falta a política, impera o clientelismo, a chantagem, o arranjo, a pilhagem e toda sorte de coisas sórdidas na vida pública.

Bia Venâncio (des)adminstra a cidade com um desleixo natural, como se faz em quase todas as prefeituras do Maranhão, excetuando-se uma meia dúzia.

E Bia é só festa. Ela posa para fotos, ergue o polegar, sorri muito. Nem parece ser uma administradora bombardeada por denúncias de corrupção dos aliados e adversários.

Paço do Lumiar é um consórcio de maldades. É o caldeirão perfeito da bruxaria política maranhense. Bia Venâncio tem a certeza da impunidade. Por isso faz e acontece nessa miniatura do Maranhão chamada Paço do Lumiar.

3 comentários:

Carla Rejane disse...

Boa, Ed. Wilson..

Você tem razão, tudo isso é um recorte do Maranhão. Quem tem a felicidade ou tristeza de conhecer outras cidades do Maranhão, pode perceber a mesma realidade de Poco do Lumiar.
Pelo visto, é uma realidade que tende só aumentar..

Abraço, Ed. Wilson.

Andréa Aguiar disse...

Oi!
Acho que o que mais me impressiona em Sâo Luis, assim como em Paço do Lumiar é o contraste gritante entre uns poucos ricos, suas caminhonetes, mansões... e a grande maioria sem acesso a um conjunto mínimo de equipamentos e benefícios que os trariam para mais perto daquilo que chamamos de cidadania.
Buracos, esgoto correndo a céu aberto, a precariedade das casas, a falta de escolas e hospitais nos chamam atenção para a urgência dos rumos políticos do Maranhâo.
Andréa Aguiar

elizeu disse...

Caro Ed,

Belo texto: profundo, sem a necessidade de recorrer a baixarias. "Onde falta política..." não há desenvolvimento e nem esperanças... passam-se os anos e em cada mandato/gestão surrupia-se dos maranhenses qualquer perspectiva de avanço; não há projetos, programas, planos (comecei do menor de propósito), apenas "estratégias" para a manutenção da omissão e continuidade do acumular... políticas públicas, equipamentos públicos, serviços públicos, direitos, cidadania, autonomia, inclusão, participação parecem ser termos ignorados por ai... mas, se do lado de lá não virão as mudança, cabe ao lado de cá promovê-las... com a clareza de que haverão resistências...

Abraços