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domingo, 28 de dezembro de 2008

A MIRA RIMADA DE BALEIRO

Uma piada corria solta ontem à noite, durante o show de Zeca Baleiro, na Batuque Brasil: “esse é o último baile da ilha fiscal”.
Ironia refinada relembrando os estertores da monarquia, em 1889, quando a corte imperial fez uma festa de arromba na Ilha Fiscal, lugar pitoresco na Baía de Guanabara (RJ), também chamada de Ilha dos Ratos.
Seis dias depois do luxuoso regabofe, a monarquia caiu. Os piadistas da Ilha do Amor referiam-se à possibilidade de cassação do mandato do governador do Maranhão Jackson Lago (PDT).
Pelo pátio e nos camarotes viam-se serviçais e figuras carimbadas do staf da Libertação apreciando a arte do mais criativo dos filhos de Arari.
Estava uma pororoca só. Ao final do show, um admirador de Baleiro lamentava a ausência da música “O hacker”, que diz assim:


“Vem meu amor

Vamos invadir um site

Vamos fazer um filho

Vamos criar um vírus

Traficar armas poemas de Rimbaud
(Traficar armas escravos e rancor)

A vida é boa a vida é boa a vida é bela

Quem teme o tapa

Não põe a cara na tela

Como diz o meu tio estelionatário

Ladrão que rouba ladrão

Tem cem anos de perdão

Malandro também tem seu dia de otário...”


Ah, esses meninos traquinas de Arari....

Um comentário:

Unknown disse...

Esse é o grande Ed Wilson! Parabéns pelo texto.

Um abraço!

Ivandro Coêlho